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O IPI Verde já está valendo e, sim, isso mexe com a prateleira de novos e usados. A boa notícia: dá para atravessar esse período com previsibilidade, desde que você acompanhe preço de transação por versão e por região e ajuste sua estratégia com dados.
Vamos conversar sobre o que é o IPI Verde, os impactos práticos no varejo e um passo a passo para atualizar a sua precificação com apoio da Tabela AUTO B3.
Antes de tudo, um resumo simples: o IPI Verde redesenha as alíquotas do IPI com base em eficiência energética, tecnologia de propulsão, potência, segurança e reciclabilidade, e cria a modalidade Carro Sustentável (com IPI zero para compactos fabricados no Brasil que atendam critérios técnicos).
O decreto é o nº 12.549, de 10 de julho de 2025 e tem validade até dezembro de 2026. Planalto Serviços e Informações do Brasil
O que é o IPI Verde (e por que ele foi criado)
A ideia do IPI Verde é incentivar carros mais eficientes e seguros, e desestimular os menos eficientes.
Em termos práticos, o decreto redefine a TIPI (tabela do IPI), com uma alíquota base que é ajustada para cima ou para baixo a partir de indicadores objetivos, a meta pública é ser fiscalmente neutro no agregado, mas deslocando a carga entre perfis de veículos.
Para o varejo, isso significa reprecificação e novos patamares de transação ao longo dos próximos meses.
Os 5 critérios que influenciam a alíquota
Os ajustes (bônus/malus) consideram:
- Fonte de energia e tecnologia de propulsão (elétrico, etanol, híbridos flex etc.);
- Eficiência energética/consumo;
- Potência (kW);
- Desempenho estrutural e tecnologias assistivas à direção (ex.: ESC, frenagem de emergência);
- Reciclabilidade veicular.
Em linhas gerais, veículos mais eficientes ganham descontos na alíquota; os menos eficientes recebem acréscimos. Isso reordena o cenário de preço público e, por consequência, o valor de transação no dia a dia.
Carro Sustentável: o caminho do IPI zero
Além do redesenho do IPI, o decreto criou a modalidade Carro Sustentável, que zera o IPI para compactos fabricados no Brasil que cumpram quatro requisitos:
- Emissão < 83 g de CO₂/km;
- >80% de materiais recicláveis;
- Etapas produtivas no país (soldagem, pintura, motor e montagem);
- Enquadramento como compacto (categorias definidas tecnicamente).
As montadoras precisam credenciar os modelos junto ao MDIC; uma portaria publica a lista de versões elegíveis.
O que isso significa na prática para o varejo de veículos
O primeiro efeito visível é uma “dança de preços”: novos ajustam a vitrine conforme as regras e usados reagem à nova referência.
O impacto não é uniforme: versão, motorização e praça fazem diferença. É por isso que olhar média nacional não basta.
- Novos: versões eficientes tendem a reduções; outras podem subir por efeito dos acréscimos na alíquota. Mix e estoques devem ser revistos.
- Usados: modelos que competem diretamente com 0 km de entrada tendem a buscar um novo equilíbrio; o gap entre premium usado e premium novo pode mudar conforme o efeito final do IPI e do credenciamento de versões sustentáveis pelas montadoras (ou não).
- Curto x médio prazo: em lançamentos e campanhas, incentivos comerciais podem superar momentaneamente o efeito do imposto; no médio prazo, o novo degrau de preço tende a se estabilizar à medida que a política amadurece e o mercado reajusta as transações.
Moral da história: um monitoramento quinzenal da realidade de transação por versão e por região deixa a decisão de compra, precificação e crédito menos “no escuro”.
Por que a Tabela AUTO B3 entra como peça-chave
A Tabela AUTO B3 foi desenhada para isso: trazer preço de referência por versão e ajuste por região (são 133 mesorregiões), com atualização quinzenal embasada no mercado, exatamente o tipo de granularidade que o varejo precisa para reagir ao IPI Verde sem perder margem.
A própria B3 destaca a Tabela AUTO B3 como apoio para precificação correta em cenários de mudança regulatória, como o que estamos vivendo agora.
É um insumo que conversa com compra e venda, crédito (garantia/LTV) e seguro, conectando varejo, financeiras e parceiros.
Passo a passo: como atualizar a sua estratégia de precificação com dados (versão + região)
Antes de sair remarcando etiqueta, faça isso de forma estruturada. Abaixo, um roteiro prático (que você pode repetir quinzenalmente, acompanhando as mudanças do mercado).
Organize seu inventário por versão (não só por modelo)
Troque a visão “modelo/ano” por versão/ano/combustível. Isso separa motores diferentes (ex.: 1.0 aspirado x 1.0 turbo), pacotes de segurança e equipamentos que impactam diretamente a percepção de valor no IPI Verde e no usado.
Defina sua praça de comparação (mesorregião)
Preço de transação é local. Trabalhe com a mesorregião em que você compra e vende (ou para onde costuma transferir veículos). Assim você evita médias distorcidas e alinha sua análise ao poder de compra real da sua clientela.
Consulte a Tabela AUTO B3 para cada versão do seu estoque
Busque preço de transação por versão + mesorregião. Monte uma planilha com preço de compra (o que você pagou), preço de transação (referência), margem bruta e tempo de pátio.
Essa visão de “saúde do estoque” já aponta prioridades (ex.: versões mais expostas a queda de preço por causa de novos com IPI reduzido). DataStock
Revise a concorrência com 0 km de entrada
Compare cada usado de entrada com o 0 km mais próximo (versão e proposta de valor). Onde o 0 km ficou mais barato por efeito do IPI Verde, seus usados equivalentes tendem a reprecificar. Antecipe-se.
Recalibre o markup por categoria
Não trate “usado” como bloco único. Separe em entrada, intermediários e premium. Ajuste markup e giro por categoria, considerando:
- Quais novos tiveram redução efetiva de preço;
- Quais versões ganharam/perderam apelo de segurança/eficiência (que agora pesam no IPI e na decisão do cliente);
- O apetite de crédito do seu público.
Alinhe crédito/garantia com o novo valor de referência
Se você concede crédito (direto ou via parceiro), use o valor de referência por versão/região como base para LTV e garantia. Isso reduz risco e acelera aprovação com bancos.
Ajuste sua política de troca (carro na troca)
Com 0 km redesenhando o patamar de entrada, o carro na troca precisa de avaliação coerente.
Referencie o preço de transação (versão + região) para não superavaliar e não perder o negócio. Divida com o cliente a fonte do preço, pois transparência melhora a taxa de fechamento.
Atualize etiquetas e anúncios com mais clareza de valor
Destaque itens de segurança e eficiência (eles valem imposto e educam o cliente). Evite brigar por preço absoluto quando a proposta técnica da versão entrega valor percebido melhor.
Rode um ciclo quinzenal de revisão (ritmo do mercado)
O mercado respira em ciclos. A Tabela AUTO B3 trabalha nessa cadência de atualização quinzenal, então revise seu estoque nesse ritmo: entre e re-ancore os preços conforme o que o mercado está pagando. DataStock
Documente o que funcionou
Mantenha um quadro simples: versões com ajuste, tempo de venda, margem, canal. Em 60–90 dias você vai ter um mini-“playbook” próprio para a sua praça, e isso vira vantagem competitiva.
E os novos? Como planejar pedido e mix com o IPI Verde
Antes de pedir mais de um mesmo novo (ou antes de apostar pesado em alguma versão), valide três coisas:
- Critérios do decreto — A versão “bate” bem nos critérios que dão desconto na alíquota (eficiência, tecnologias de segurança, reciclabilidade)? Isso tende a puxar demanda. Serviços e Informações do Brasil
- Habilitação como Carro Sustentável — A montadora já credenciou a versão e saiu portaria? Se sim, o IPI zero entra e muda a conta.
- Elasticidade de cliente — O seu público compra mais por preço ou por equipamento/segurança? Planeje mix e mensagem (vitrine e digital) conforme esse perfil.
Operação integrada: preço, crédito e seguro olhando para a mesma régua
A precificação não vive sozinha. O ideal é que venda, F&I, crédito e pós-venda usem a mesma régua de valor — o preço de transação por versão/região.
- Em crédito, isso evita over-LTV.
- Em seguro, melhora a aderência do prêmio ao valor real do veículo na sua praça.
- Em pós-venda, ajuda a priorizar ofertas para as plataformas de recompra.
A B3 vem reforçando que a Tabela AUTO B3 é pensada para esse ecossistema, conectando varejo a financiamento com dados consistentes.
FAQ — Perguntas rápidas sobre IPI Verde
O que exatamente é o IPI Verde?
É o redesenho das alíquotas de IPI com base em eficiência, tecnologia de propulsão, potência, segurança e reciclabilidade. Foi instituído pelo Decreto nº 12.549 (10/07/2025), com validade até dez/2026.
O que é “Carro Sustentável” e quem tem IPI zero?
São compactos fabricados no Brasil que emitam <83 g CO₂/km, tenham >80% de materiais recicláveis, cumpram etapas produtivas no país e sejam credenciados pelo MDIC. A lista sai via portaria.
Quando as novas alíquotas passam a valer?
O decreto redefine a TIPI e estabelece regras e prazos (inclui janelas como 90 dias para a nova tabela em parte dos veículos). Cheque as tabelas oficiais para o seu caso específico. Serviços e Informações do Brasil
Isso barateia todos os carros novos?
Não. O mecanismo é de bônus/malus: versões mais eficientes/seguras tendem a pagar menos; outras podem pagar mais.
Como a Tabela AUTO B3 ajuda minha loja?
Ela traz preço de transação por versão e ajustado para 133 mesorregiões, com atualização quinzenal, o que permite reagir às mudanças com dados locais (e não com “média Brasil”).
Exemplos de leitura de cenário (sem fórmulas mágicas)
- Usado de entrada x 0 km com IPI reduzido
Se o 0 km desce degrau, o usado equivalente geralmente acompanha. Use a Tabela AUTO B3 para entender quanto a sua praça está, de fato, pagando por aquela versão e ajuste markup e prazo de venda. - Premium usado x premium novo com acréscimo
Se o premium novo tem alíquota maior, o premium usado pode ganhar fôlego — mas isso não é regra fixa. Olhe versão a versão (equipamentos e segurança contam). - Híbridos/etanol com “bônus”
Algumas tecnologias tendem a redução por natureza do incentivo. Isso muda demanda e prazo de venda. Reforce mensagem de valor (eficiência e segurança não são só “ficha técnica”; influenciam imposto e custo total).
Erros comuns ao precificar no pós-IPI Verde (e como evitar)
- Olhar só a mídia: manchete não é planilha. Vá de versão + região, sempre.
- Copiar preço do vizinho: cada loja tem mix, giro, perfil de cliente e custo de captação
- Ignorar crédito/seguro: preço fora da realidade complica aprovação e prêmio — e o negócio desanda no F&I.
- Remarcar tudo de uma vez: crie uma janela quinzenal para revisar. é o ritmo do dado e do mercado.
Hora de jogar com o relógio do mercado
O IPI Verde não é um “evento” de uma semana. É um novo tabuleiro que vai moldar preço e demanda até dezembro de 2026. Q
uem tratar isso como rotina de dados, e não como exceção, vai ganhar velocidade para comprar melhor, precificar com confiança e girar o estoque sem “tapar o sol com a mão”.
Quer ver, na prática, o impacto do IPI Verde nas versões que você vende na sua região?
👉 Fale com um especialista da DataStock e peça uma demonstração da Tabela AUTO B3.
A gente te ajuda a montar o ritual quinzenal de preço, conectar crédito e seguro na mesma régua e transformar o IPI Verde em decisão objetiva no dia a dia.
“Rodrigo Amâncio de Oliveira – Diretor de Produtos na B3 e Cassio Pagliarini – Chief Marketing Officer na Bright.”