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Vamos falar da Tabela Auto B3? Uma etiqueta correta começa onde o cliente realmente compra: no mercado local.
Duas lojas podem anunciar o mesmo carro, com a mesma versão e ano, e ainda assim praticar preços diferentes e ambas estarem certas.
Motivos não faltam: poder de compra regional, oferta e demanda por modelos específicos, custo de logística e concorrência.
É por isso que a Tabela Auto B3, com leitura por 133 regiões, muda o jogo.
Em vez de um número “nacional” que cabe em todo lugar (e não explica a realidade de nenhum), ela traz referência de preço por versão e por região, dando base para comprar melhor, precificar com aderência e reduzir desconto de fechamento.
Este guia prático mostra como usar a Tabela Auto B3 para ajustar etiqueta e tomada de decisão à sua praça.
Por que o preço regional importa (e muito)
Quando olhamos para o Brasil “como um número só”, escondemos as diferenças que realmente mandam na negociação.
Aquele hatch 1.0 que voa no interior pode sair devagar na capital; um SUV médio que tem fila num estado aparece com desconto natural em outro. Preço local é contexto, e contexto é o que transforma lead em venda.
No dia a dia, isso aparece de três formas: na compra (teto certo para não “pagar topo” numa praça de menor liquidez), na vitrine (etiqueta que conversa com a realidade de quem passa em frente) e no fechamento (banda de negociação coerente com o que a concorrência pratica ali, não em outro lugar).

O que significam as “133 regiões” da Tabela Auto B3
A Tabela Auto B3 divide o país em 133 regiões de preço, um recorte pensado para refletir diferenças reais de oferta, demanda e competição.
Não é um grid meramente geográfico: é um mapa comercial que ajuda a responder “quanto vale esta versão nesta praça agora”.
A ideia é simples: uma loja em Fortaleza e outra em Campinas não devem usar a mesma ancoragem se o público, a liquidez e os canais de venda se comportam de modo diferente.
Com esse recorte, a tabela se torna régua operacional, e não só “curiosidade de mercado”.
Configurando sua região base por loja/filial
Antes de falar de etiqueta, é preciso garantir que cada filial trabalhe com a região correta da Tabela Auto B3. Esse mapeamento evita ruído e dá comparabilidade entre praças.
Na prática, cada loja/filial deve:
- Selecionar a região base correspondente na Tabela Auto B3.
- Amarrar a região ao cadastro de cada veículo (campo de leitura).
- Padronizar a visualização para o time: o preço de referência exibido no card já sai “ajustado” para a praça.
Quando o dado regional está “na ficha” do carro, a conversa do avaliador, do precificador e do vendedor parte do mesmo número, e a etiqueta nasce honesta.
Como ajustar a etiqueta com Tabela Auto B3 por região
Ponto de partida: referência por versão e por praça
Toda decisão nasce da pergunta: quanto o mercado local paga por esta versão? A Tabela Auto B3 responde com a faixa da sua praça.
A partir dela, você posiciona sua etiqueta sabendo que não está “fora do jogo” logo de largada. Esse começo evita:
- Trazer lead errado com preço agressivo demais para a região.
- Ficar invisível se ancorar no topo onde a praça negocia naturalmente abaixo.
- Abrir margem de desconto que o concorrente não precisa dar porque já etiquetou certo.
Bandas de negociação por região
Etiqueta não é ponto final. Você define duas bandas que dependem da praça:
- Desconto padrão (o “respiro” normal da venda).
- Desconto tático (gatilhado por aging, campanha ou concorrência local).
Em região com demanda mais aquecida, sua banda padrão pode ser mais curta; em região com maior elasticidade, ela pode ser um pouco mais larga.
O objetivo é prever o que vai acontecer na mesa para não tomar susto na hora.
Reprecificação guiada por região (sem “queimar” margem)
Reprecificar é um ato cirúrgico: mexe pouco, mexe certo, e no momento adequado.
A região dita quando a vitrine começa a perder tração e quanto o ajuste precisa ser para voltar a gerar propostas.
Em praças mais competitivas, o “ponto de dor” chega antes; em praças com demanda mais previsível, dá para esperar um pouco mais.
Antes de qualquer ajuste, olhe três sinais locais:
- Visualizações e contatos no principal canal da praça.
- Comparativo de anúncio com concorrência equivalente (mesma versão).
- Idade do lead (propostas abertas que não fecharam).
Concorrência “na sua rua”, não no país
Comparar com preço “nacional” confunde. A régua é local. Faça uma rotina quinzenal de amostragem de anúncios equivalentes na sua região.
Se a praça “apertou” naturalmente, o ajuste de etiqueta vem pelo meio da faixa da Tabela Auto B3; se a praça está alongada, segure um pouco mais, desde que os sinais (visibilidade e propostas) sustentem.

Compras e trade-in com referência regional
Você compra bem quando calcula teto com base no fechamento provável na sua praça.
Em cidades onde certa versão demora, seu teto cai; onde voa, sobe (com responsabilidade). Na troca, a referência regional reduz ruído e encurta a conversa.
Teto de compra por praça
A fórmula é curta:
- Pegue a Tabela Auto B3 por versão na sua região.
- Posicione sua etiqueta-alvo (considerando perfil da loja).
- Aplique sua margem e custos.
- Chegue ao teto de compra/avaliação.
Com isso, a proposta não “arrependida” fica rara: você já descontou a realidade local antes de apertar a mão.
Transparência que fecha a troca
Na mesa, transparência converte: mostre que a avaliação leva em conta a versão dele e a praça de venda. Explique que a faixa regional da Tabela Auto B3 é a régua e que a condição do carro ajusta dentro da faixa.
O cliente sente critério e tende a aceitar a proposta, mesmo que não seja a maior que ele imaginou ver num grupo de WhatsApp de outra cidade.

FAQ — Preço por 133 regiões com Tabela Auto B3
Por que 133 regiões e não estados ou capitais?
Porque estado é amplo demais e ignora bolsões de demanda/oferta; capital, isolada, não representa cidades-dormitório e polos próximos. As 133 regiões refletem mercados reais de compra e venda, onde preço e liquidez se formam.
Posso usar a Tabela Auto B3 regional mesmo vendendo on-line para o Brasil todo?
Pode e deve. Use a região da filial como base para a etiqueta e, quando efetivar a venda para outra praça, reavalie logística e expectativa de giro. Se o seu canal já “empurra” para outra região, considere ajustar a etiqueta para o público que, de fato, te procura.
Como tratar versões com opcionais raros?
A unidade de decisão é a versão. Opcionais relevantes (ex.: ADAS em certos segmentos) podem posicionar o carro no topo da faixa da versão na sua região. O inverso vale para itens ausentes. Documente isso no anúncio para sustentar preço.
Em praça muito competitiva, vale começar abaixo da faixa?
A faixa regional da Tabela Auto B3 já espelha o mercado. Só comece abaixo se houver estratégia clara (giro ultra-rápido, campanha) e margem para sustentar. Do contrário, você vira “imã de desconto” e corrói resultado.
Transferência entre praças sempre compensa?
Não. Compensa quando a diferença regional cobre logística + tempo fora da vitrine e melhora sua expectativa de giro/margem. Do contrário, é melhor otimizar anúncio e aplicar desconto tático planejado na praça atual.
Conclusão: preço com CEP é o mapa que falta no retrovisor
Vender bem é falar a língua do seu bairro automotivo. A Tabela Auto B3, com 133 regiões, entrega exatamente isso: uma régua que entende onde você vende e quanto o mercado paga ali, pela versão certa.
Com ela, a etiqueta deixa de ser palpite, a compra ganha segurança, o trade-in fica transparente e a reprecificação vira ajuste, não socorro.
Quando o preço tem CEP, o pátio gira no tempo certo e a margem chega inteira ao caixa. O mapa está dado; o próximo passo é colocar a bússola da sua operação em cima dele e seguir viagem.